sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos."

Fazem alguns meses desde a última vez que eu escrevi neste blog e muitos dias que eu não escrevo em parte alguma. Escrever sempre me libertou de situações da minha vida com as quais eu não podia lidar de outra forma, desde muito cedo, quando descobri que por mais beleza oferecida pela vida, "às vezes precisamos suportar algumas larvas". Então, acho que chegou o momento de escrever de novo.

Muitas coisas aconteceram nos últimos meses. Dia 18 de agosto eu entrei no CTM - Centro de Treinamento Missionário. Quando entrei naquele lugar, acompanhada da minha nova amiga Elena Blind, eu senti como se finalmente eu tivesse sido capaz de sair ao encontro de um sonho:

Há pouco mais de 4 anos eu estava descobrindo algo que mudaria  a história da minha existência. Eu estava conhecendo o único caminho capaz de me ajudar a levar a efeito o propósito da minha existência. E após esta descoberta, tudo o que eu mais queria era levar este presente até outras pessoas, para que elas também pudessem ver suas vidas transformadas, não só por um curto espaço de tempo, mas pra sempre.
Minha entrada no CTM foi o primeiro maior passo para a realização de algo que eu sabia ser da vontade divina. Sim, Deus me mandou para Boa Vista - RR.

Cheguei em Roraima na madrugada do dia 07 de setembro e nunca mais o dia da independência será igual. Foi em Boa Vista que eu descobri a maior alegria, as maiores realizações que tornavam qualquer tristeza ou decepção uma nova chance de ser melhor, de buscar o melhor, de ouvir e ver Jesus Cristo de uma forma que eu jamais tinha imaginado que veria!
Foram tantos sorrisos, tantas lágrimas, tantos planos...mas o que traz lágrimas aos meus olhos, é a lembrança que tenho daquelas pessoas. Da forma com que elas olhavam para mim e da forma com que eu podia amar. Foi em Boa Vista que eu compreendi que o amor é uma das poucas coisas que podemos sentir à distância porque ele transcende barreiras de tempo e espaço; foi lá que eu aprendi que o mais importante não é o que eu sinto, mas sim como faço as outras pessoas se sentirem.

Eu nunca imaginei que a experiência mais intensa da minha vida fosse acabar tão rápido, mas o fato é que não podemos tentar ver as coisas que o Senhor coloca em nosso caminho com as lentes de nossos próprios olhos. Afinal de contas, as coisas celestiais só são compreendidas quando usamos lentes celestiais, e essa tem sido minha meta.

Agora estou em casa, me sinto como uma estranha aqui ainda. É frustrante não poder descrever como me sinto. São muitos sentimentos ao mesmo tempo. Mas tem um que estou tentando desenvolver nesses dias: gratidão! Gratidão por tudo o que aprendi, pelas pessoas que pude conhecer, pelos sorrisos, pelas lágrimas, pelos amigos, gratidão pela maravilha que foi poder contemplar os desenhos minuciosos do céu macuxi, os traços marcantes de um povo aberto para mudanças, de um povo que anseia ter Jesus Cristo por perto, gratidão pelo poder do sacerdócio que tantas vezes me ajudou a suportar mais um dia, gratidão pela minha família, por todo amor que eles sempre tiveram por mim, gratidão pela minha vida, gratidão pelo amor imensurável do Papai do Céu que mandou seu Filho Jesus Cristo para me ajudar a ser melhor, para me ajudar a caminhar um pouco mais a cada dia! E é por esse amor que estou lutando para me sentir feliz hoje!

Falar sobre isso tudo é difícil, fico feliz por finalmente ter conseguido escrever algo!

(Na foto Sister Silva, Rita, Joana, Josi, eu e JoJo - uma das famílias mais especiais do mundo)


Boa Noite!
Com amor,
Cíntia R. Slongo

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